O poeta José Delcy Thenorio nos traz sua deliciosa lavra de poemas vindos de uma observação precisa do dia-a-dia. São como pinturas a bico de pena, com uma dose farta de humor, picardia e sensibilidade, da maneira típica de quem vive a vida de modo gostoso, desprendido, sem perder o afiado senso crítico.
Não há quem não se identifique com as suas peças literárias pois, captando sutilezas que desapercebemos, nos torna parte da obra.
Temos nas mãos um livro feito sob medida para nos servir nas horas de descanso ou para lermos para os amigos.
De uma maneira suave e fluida, faz com que nos divirtamos com os casos inusitados ao tempo em que nos obriga a pensar em temas eternos como vaidade, amor, família, vício, egoísmo, auto-estima, volúpia, morte, política, em um texto permeado por duplos sentidos, humor pícaro, esperto, onde se percebe amiúde o gracioso domínio da língua.
Escrito de forma clara e objetiva, com métrica e rima impecáveis, permite ao leitor deslizar por suas páginas com ritmo e cadência.
Pérolas literárias, concisas e abrangentes provam que realmente um poema consegue resumir um tratado científico.
O país, suas mazelas e problemas; o mundo e suas angústias; a família e suas relações são assuntos aqui observados por um ponto de vista agradável, ameno, de maneira que a forma suavize o conteúdo.
Nos dias atribulados de hoje muito bom sabermos que há formas de se expressar leves, sutis e delicadas, mesmo tratando-se de temas graves. Aqui encontramos esse mister com maestria.
2 comments
maio de 2009 at 21:16
stefania suriani Italiani
Prezado autor
Observei em seus deliciosos contos o nome de Vila Elvio sendo citado duas vezes. Comoveu-me pelo fato de ter vivido lá por mais de 8 anos quando meu pai, tendo vindo com a familia da Italia, em 1953, estabeleceu-se em Vila Elvio como gerente geral da Cama Patente.
A minha infancia foi marcada por experiencias vividas nesse lugar, tanto assim que tenho um grande desejo de narra-las em um livro, aproveitando minha formação em Letras e, claro, o gosto pela prosa e verso.
Parabéns pela sua maravilhosa obra conjunta cuja narrativa desperta, um certo sentimento genuinamente brasileiro, seja pelo homem do sertão ou da cidade.
Parabens e obrigada pela oportunidade.
Stefania.
agosto de 2010 at 12:27
Renato Ladeia
Conheci o Delcy na Rhodia, onde também trabalhava ao lado de um dos seus filhos, o Edélcio. Durante muito tempo mantive contato com ele por telefone, sem conhecê-lo pessoalmente. Tempos depois, na casa do Edélcio, vim a conhecê-lo e descobrí-lo poeta. Muitos dos versos publicados em “De olho na vida”, tive o prazer de saboreá-los em sua casa ao lado da Dona Antonieta, declamados pelo próprio com seu delicioso falar da região de Piedade/Ibiuna.
Longa vida ao poeta.