Por longos anos doente
Você não a visitou
Agora Deus a levou
E você se faz presente
Quem no velório aparece
Depois de tudo o que fez
Supõe bastar desta vez
Balbuciar uma prece
Campeã de fingimento
Já se sabia que era
Só que para ser sincera
Precisa de cem por cento
Se não cultiva o amor
Não sei qual é a razão
Mas ter novo coração
Só mesmo Nosso Senhor
Eu tenho cá para mim
Que se quita o quanto deve
Até quem tem pena leve
Paga tintim por tintim
1 comment
maio de 2010 at 17:20
Cláudia Nóbrega Guimarães
Olá Sr. Delcy! Sou amiga do Élcio há mais de 7 anos. Conheci o senhor na casa do Edélcio, quando estava lá com a sua Antonia e cheguei de São Paulo com o Élcio.
Acompanho suas poesias, contos e causos no site, embora ainda não os tivesse comentado.
Mas esta poesia, em especial e em conjunto com “Augúrio”, leva-me a refletir sobre a ausência das pessoas, sobretudo as mais queridas, privando-nos de coisa tão simples, e por vezes tão rara, que é a presença…
A presença, quando coisa rara, e ainda mais em momentos de pouca saúde, gera vazios, abismos, mágoas, indignação, solidão, que não são preenchidos ou transpostos quando se dá o “ar da graça” quando a vida já se esvaiu…
Desejo, sempre, que sejamos mais presentes na vida dos que amamos e queremos bem, usufruindo de cada gesto singelo e forma de expressão.
Fique com Deus, escreva sempre para que suas idéias se perpetuem e grande beijo,
Cláudia Guimarães