Pelos problemas que tenho
Agora, no fim da vida
A inspiração foi perdida
Nem porto mais meu canhenho
Por não temer o futuro
E já ter noção do além
Procuro proceder bem
Longe porém de ser puro
Se não vivo como santo
Confesso, sou pecador
Mas Deus que é puro amor
Acolher-me-á, garanto
Enquanto Ele não me chama
Temo ficar neste mundo
Mormente se moribundo
Diuturnamente na cama
Morrer sei que é preciso
E não tardará decerto
Pode ser que esteja perto
Deus vai cobrar, estou certo
1 comment
maio de 2009 at 12:39
Vitorio
É certo tudo o que o poeta disse, com elevada exatidão.
O anormal é que acabamos achando meio doce esse treco de ter que morrer, e não trágico.
Mas percebo que o doce é por conta de ter tido uma vida bem vivida.
Contraditóriamente quem vive bem deveria amargar com a morte.
Mas notei que é amarga a morte de quem mesmo nunca tendo vivido bem não quer se desapegar da vida.
Eu de minha parte pretendo fugir da morte pelo maior tempo que a vida me permitir, e tomo todos os cuidados que posso, gasto pouco a vida para que ela dure muito.
Um carinhoso abraço.