VELHO DEMAIS

Com sessenta e cinco anos
Não têm mais vez os humanos
Que moram neste país
Em matéria de finanças
Tratados como crianças
Às vezes como senis

Outro dia certo parente
Precisava de repente
De alguém para fiador
Não lhe fiz a gentileza
Nem pude virar a mesa
Por ser velho sem valor

Ao comprar algo barato
Eu poderia de fato
Bancar aquela fiança
Porém eu já não servia
Tinha idade que impedia
Quem é velho agora dança

Mas o meu grande pecado
Foi já ter ultrapassado
O limite a mim imposto
É triste saber agora
Que já fui jogado fora
Isso me causa desgosto