Um amigo sexta-feira
Tinha roupa domingueira
De cor vermelha-bordô
Que dizia não ser fina
Era produto da China
Comprada de camelô
Sei que daquele país
Há muito tempo se diz
Que tudo é de segunda
Isso até se justifica
Se lá muito se fabrica
E tem mão de obra que abunda
Além disso há motivo
Que chega a ser abusivo
Na exploração do detento
Ele trabalha de graça
Todo o tempo que lá passa
Só trabalha, sem alento
Chinês é sempre punido
Se discordar do partido
Ou falar mal a respeito
Aqui neste paraíso
Falo o que nem é preciso
A tudo tenho direito
Na China muito se pune
Mas aqui se fica imune
Quando muito, pena leve
Isso me deixa confuso
Onde que tem mais abuso
Lá se paga, cá se deve