Em briga de marido e mulher
Não se deve meter a colher
Procurou sarna vai se coçar
Ser prevenido vale por dois
Para não se arrepender depois
Nenhum partido deve tomar
Como cada povo tem seu uso
Também cada negra tem seu luso
Tudo é questão de preferência
No escuro tanto vale a rainha
Ou mesmo a negrinha da cozinha
O momento dita a preferência
Ficou chato este mundo redondo
Parece ninho de marimbondo
Está cada dia mais violento
Ao simples dá-cá-aquela-palha
Surge pretexto para batalha
Mundo louco de sangue sedento
Rico bêbado é divertido
Pobre bêbado é pervertido
Mormente se for arruaceiro
Maldita água-que-boi-não-bebe
Nela o pau d’água nem se percebe
Mas vai queimar saúde e dinheiro
É grave o problema dos menores
Tido mesmo como dos maiores
Promiscuidade, prostituição
Sem rumo a menina perambula
E diz sem pejo em linguagem chula
Dinheiro na mão, bunda no chão
Para burro velho, capim novo
É voz corrente de qualquer povo
É bom ouvir depois esquecer
Um velho viver com mulher nova
Certamente não passa na prova
Tem o livro mas não pode ler