Recorro ao Pai, meu Senhor
Preciso de paz e alento
Neste crucial momento
Da pressão de vil credor
Chego às raias da loucura
Por pouco não enlouqueço
Soube ter caído o preço
Do que colhi com fartura
Pungido por grande dor
Ao banco pago com terra
E nesse momento encerra
Um sonho de lavrador
Tal solução descabida
Revolta quem é da roça
Forçado a deixar a choça
Em busca de nova vida
Por quanto tempo não sei
Vamos ter tal injustiça
Talvez por mera preguiça
Nunca se fez sábia lei
Enquanto falta vontade
Aos responsáveis omissos
As favelas e os cortiços
Vão se expandir na cidade