A MORTE RONDA

Parece que ninguém liga
Mas não sei de quem bendiga
Uma despedida agora
A morte ronda o vizinho
Se foge do meu caminho
Quem me curte comemora

Sou bastante precavido
Morrer é tão descabido
Para quem vende saúde
Por ver partir tanta gente
Até penso seriamente
Em fabricar ataúde

Como quem morre não fala
E não mais se vê na vala
Nem caprichar é preciso
O paletó de madeira
Que digo ser de primeira
Aumenta o lucro que viso

Creia leitor ser bobagem
Não faça de mim a imagem
Mais feia do que já é
Se falo sobre defunto
Não tendo melhor assunto
Posso ter fingido até